Total de visualizações de página

quarta-feira, 23 de março de 2011

O MELHOR DO MAU HUMOR

Quem souber me responda por favor por que tem dias que qualquer coisa me irrita. Hoje foi um dia desses. Juro que nesses casos, tento controlar a situação, aviso a quem me cerca que não estou bem, mas não há alívio imediato. Só esperando passar. É como eu digo sempre: não há nada que uma boa noite de sono não cure.  Ou pelo menos melhore bem. E por favor não botem a culpa na TPM porque geralmente não é o caso. Aliás, atenção homens: mulheres odeiam que vocês culpem a TPM. Por que ? Porque dá a impressão que ela domina a gente. E não sei se vocês já perceberam, mas nós gostamos de estar no controle de tudo. De vocês inclusive.
Tem dias que é difícil entender o por que daquele dia ter nascido, pior ainda se estiver um lindo dia de sol. Por que não todas as nuances de cinza e muita chuva?
Por que os passarinhos cantam alegremente na hora errada?
Por que barulho da obra do vizinho começa tão cedo?
Por que pipoca doce engorda tanto?
Por que o trânsito nunca anda quando a gente muda de fila?
Por que a criança nunca obedece na frente da visita de cerimônia?
Por que o site do banco está sempre lento quando você está com pressa?
Por que descobrem a cura de tudo, menos da celulite?
Por que o liquid paper custa tanto a secar? 
Por que as mesmas pessoas se repetem sempre com os mesmos assuntos?
Por que o cliente sempre tem razão e não eu?
Por que tem gente que se acha um ser superior?
Por que nosso salário acaba sempre antes do fim do mês?
Por que o nosso cabelo insiste em ter vida própria, independente da nossa vontade?
Enfim, um prato cheio para o tédio e indigestão garantida para a gente.
Mas a sorte é que tem dias que tudo isso passa batido e a gente enxerga além do que se vê.
O melhor do mau humor é saber que ele passa. É só um dia ruim. Uma única carta num baralho inteiro. É só pensar nas dores do mundo que a nossa dor fica pequenininha. Com tanta desgraça no mundo e a gente reclamando por que engordou 1 kg? Dá até vergonha ...
E não tem coisa melhor do que aqueles dias onde não há obstáculo que tire a nossa força e determinação para fazer acontecer os nossos projetos. Viver tudo de uma vez agora. Como se não houvesse amanhã. E na verdade não há ...
Mas então qual é o botãozinho que a gente aperta para ter um dia Poliana ou um dia Garoto Enxaqueca ?
Podem me chamar de a última romântica, mas minha resposta é o  botão do amor.
O amor por pessoas, projetos, crianças, cachorros e pelo Flamengo. Basicamente esses itens, não necessariamente nessa ordem.
Quando a gente está apaixonado por alguma coisa, a gente vê o mundo com outros filtros, que como o próprio nome já diz: filtram e selecionam o que nos faz bem, nos agrada, nos alegra e nos leva adiante.
E com alegria e amor no coração não tem tempo ruim. Todos os dias são radiantes, mesmo enfrentando dor de dente, aquela mega fila de banco ou recebendo um telefonema, daqueles que a gente não consegue desligar, informando que você foi sorteado pela empresa X e terá direito a promoção Y e que por ela você vai pagar a insignificante quantia Z.
Então tá combinado. Amanhã quando eu acordar às 6 da matina, zonza de sono, vou pensar nisso.
Pensar que eu me amo, eu te amo e nós nos amamos. É fundamental saber conjugar bem o verbo amar.  E o dia vai ser muito bom.
É só apertar o botãozinho certo.
Pena que às vezes ele está com defeito.

segunda-feira, 7 de março de 2011

NEM MELHOR, NEM PIOR, APENAS A MINHA ESCOLA

Eu sou Salgueiro desde criança. E por mais que denuncie a minha idade, vou dizer: sou do tempo que não havia apoteose, as arquibancadas balançavam e eram construídas e desmontadas todo ano.  Eu decorava todas as letras, vestia literalmente a camisa da agremiação e até que tentava sambar. Só que com toda a rigidez nos quadris que 15 anos de balé clássico me deram, admito que não dava muito certo. Mas não importava, o que valia era a diversão, a emoção e as boas recordações que guardo até hoje.
Eu, que digo que sou uma pessoa muito mais racional, que não choro com filme meloso da sessão da tarde, perco a linha com a minha escola. Principalmente com a comissão de frente e com a porta-bandeira. Choro, me emociono em fração de segundos e rezo com fé para o carro não quebrar e para tudo dar certo. Afinal são muitos anos de admiração, paixão e torcida. E é muito difícil de explicar para quem não tem uma escola de coração, de onde vem tanto amor. Porque amor não se explica, amor se sente.
Fazendo um flashback lá para trás na minha memória, lembro dos meus pais indo desfilar e eu ficando em casa, comendo salgadinhos previamente encomendados, e anotando todos os comentários da tv num caderno, para contar para eles quando chegassem como tinha sido o desfile, na opinião dos críticos. Se os comentários fossem bons eu esperava até acordada. Senão deixava um bilhete.
Aí veio a era do vídeo cassete, quanta modernidade, eu gravava e eles assistiam a tudo quando voltavam, sem perder um detalhe e sem gastar caneta.
Depois cresci, frequentei ensaios, desfilei na escola mirim, na principal e num ano inesquecível, de credencial, passeei por toda a escola . Quanta alegria. E um único arrependimento: por que deixei minha irmã desfilar sozinha no ano do Explode Coração? Perdi um mega desfile e a chance de ouvir “é campeã” ainda dentro da avenida. Imperdoável.
Hoje acabo de assistir mais um desfile do Salgueiro. E já fiquei tensa quando um comentarista disse que os carros vinham maiores que nunca. Gente, tamanho não é documento. Ainda mais com 4.000 componentes para passar e tempo para cumprir. E infelizmente o tempo estourou. Em 10 minutos. Pagamos um mico, ou melhor, um King Kong, que ironicamente ilustrava um dos carros. É, dessa vez não foi preciso esperar até quarta-feira, tudo se acabou na segunda mesmo. Lá se foi a chance de mais um campeonato.
Mas para tudo. Somos brasileiros e hoje é carnaval. Vamos reconsiderar gente.  Dez minutos de atraso para nós não é nada, é de praxe, fica até chato chegar na hora exata, não é isso? A gente já até calcula um atrasinho para não cometer o grave erro de ser pontual no Brasil e pegar, por exemplo, a dona da festa ainda no banho.
Vamos é comemorar mais um desfile lindo, daqueles para ficar na memória, contando de forma lúdica e descontraída mais um pouco da estória do nosso Rio.  
E apesar dos pesares, nem melhor, nem pior, é sempre lindo o meu Salgueiro, contagiando e sacudindo essa cidade.

OBS: Dani, nesse carnaval não quero nem saber, vou postar sem você ... (favor ler cantando no ritmo certo, senão perde a graça). Quem mandou viajar e ficar offline?