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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ANO NOVO


Ano novo, vida nova. Mas o que muda quando trocamos de calendário?  Acho que nada, né. Principalmente para quem não muda um pouco a cada dia. Particularmente não acredito que mudanças quânticas e radicais deem certo. Para mim tem que ser devagar e sempre. E essa tem sido a missão: pensar, planejar, tentar mudar, e quando dá errado, começar tudo de novo. Sempre ouvi que com a idade a gente tem muito menos paciência com o que nos desagrada, o que nos irrita e o que nos faz mal. O que me irrita? Injustiça de qualquer tipo, gente que vive de auto-elogios,  que não ri de si mesmo e que escolhe levar a vida mal humorada, pensando sempre no pior. A vida é um jogo e a única opção que temos é fazer o melhor jogo possível com as cartas que temos em mãos.  Não adianta lamentar pelo valete que não veio, nem invejar a dama que caiu em mãos adversárias.     
Comecei minhas mudanças pelo cabelo, sei  que é clichê e não há nada original nisso, mas tenho que ser sincera com vocês. Quem de nós mulheres nunca correu para o salão quando brigou com o namorado ou quis marcar o início de uma nova fase? E fui logo cortando uma franja mesmo tendo um rodamoinho (quem é mulher entende o grave risco que corri), mas acabou dando certo e depois diminui bastante o comprimento. Abaixo a ditadura dos cabelos super longos! Garanto que fiquei com a cabeça mais leve. Por dentro e por fora. Só ainda não virei loura. Coisa que até pouco tempo eu poderia jurar que nunca aconteceria. Mas depois de criar coragem e dar uma leve clareada, não digo que dessa água oxigenada não beberei.
Acertei minhas contas com o dentista e coloquei o aparelho que eu devia desde os 12 anos. E olha que amiga dentista, e da boa, nunca faltou do meu lado. Está sendo uma experiência inesquecível, uma delícia, se é que vocês me entendem. Você sorri e os lábios não fecham naturalmente. Aí você cria um cacoete. Um charme só. Agora já está no final e vou tirar em breve. A frase acima se baseia nos meus vastos conhecimentos neurolinguísticos e é para você, querida amiga e dentista, sei que não preciso revelar seu nome pois você já captou o meu recado. Mas recomendo, o resultado vale muito à pena.
Mudei também meus ídolos. Eu que nos primórdios fui fã da Blitz, com todo orgulho de ter prestigiado o produto nacional, ao invés de uns Menudos que não queriam ver ninguém reprimido... Eu que depois migrei para o Senna e cujo final da estória infelizmente todos nós sabemos... Eu que fui fã do Guga ... Eu atualmente sou mega fã, com muito orgulho e sem vergonha de dizer, da Super Nanny. Compro tudo dela: livro, DVD, álbum de figurinha e assisto aos programas sempre que posso. Eu que adoro crianças, admiro o controle que ela consegue ter e tento aplicar os conhecimentos na prática, mas às vezes acho que faço tudo errado... Mimo, cedo a chantagens e faço o que eles querem. Mas eles ficam tão felizes... Ah, sou fã também da Martha Medeiros, cada vez mais, livro após livro. Quando eu crescer quero escrever igual a ela. Ah, isso eu quero.
Sobrevivi a uma traição nos últimos tempos. Troquei o chá verde tangerina pelo chá preto pêssego. Quem não dá assistência e some das prateleiras, abre para a concorrência. Não é assim o ditado? Depois não adianta voltar cheio de amores e com nova embalagem. Mas ok, isso acontece nas melhores famílias.
Ganhei mais um afilhado. Agora no assunto “madrinhês” acho que tenho pós-doutorado. Já tenho um de prima, uma de irmã e agora um de amiga. E falo, de cadeira, que não tem coisa melhor. Dizem que a função da madrinha é cuidar do afilhado, apoiá-lo durante a vida. Mas esquecem de falar da função do afilhado.  Para mim, eles são fonte de alegria, anti-depressivos em forma de gente, sem tarja preta, sem receita presa e sem efeitos colaterais. E ainda nos fazem sentir super especiais quando, por exemplo, só querem pentear o cabelo com a gente, tomar a vacina (mesmo a de gotinha) com a gente ou quando organizam uma festa surpresa no nosso aniversário cujo tema, só para implicar, é o animal que a gente tem mais pavor. Então nesse ponto estamos conversados. Afilhados: eu recomendo e dou garantia.
Ah, estou voltando a estudar. Depois de uma longa temporada longe dos livros. Dos livros de estudo, que fique bem claro, porque dos outros se eu me afastar não sobrevivo. Por enquanto só estudei, fiz prova e passei para o mestrado. Quem me conhece bem consegue me imaginar estudando raciocínio lógico depois de velha? Para vocês terem uma ideia é o mesmo que ensinar russo a uma tribo indígena do interior do interior do Amazonas. Pois é, essa foi mais uma surpresa que a vida aprontou comigo. Estou super animada. Garanto que rejuvenesce muito mais do que cremes e botox.  Mas vocês já repararam que não existe uma capa de caderno feita para adulto? Estou em dúvida entre uma toda rosa com glitter da Hello Kitty ou outra com uma pose super sexy do Justin Bieber.
Ando numa fase meio brega. Curtindo umas músicas de uma cantora super popular, cujo nome não vem ao caso.  O agravante é que na minha canção preferida ela ainda canta em inglês. “Super chique”. E a letra fala de vazio interior, superação, olhar para frente com bons olhos no amanhã. Naaaaaaaaaada piegas. Livro de auto-ajuda perde. Mas não ligo, não nego, me faz bem e canto feliz da vida.
Quanto ao meu Flamengo, talvez seja melhor mudar de assunto. Perdemos apenas um goleiro, um ídolo, um carioca, um brasileiro, uma Libertadores e por aí vai. E ainda tivemos que ver o Galinho saindo de cena. Mas o erro foi dele, não devia nem ter entrado. Minha avó sempre fala aquele ditado dos que com porcos se misturam e acabam tendo farelo como refeição. Mas pelo menos não fomos rebaixados. Há sempre uma maneira de ver as coisas positivamente. Mas vem aí um novo ano e o manto sagrado pesa, a nossa torcida pesa e como diz nosso hino, Flamengo até morrer eu sou.  Mas se não der em nada de novo, que pelo menos o Cielo nade e nos dê alegrias.
Acho que então estamos conversados. E entre mortos e feridos, todos sobrevivemos ao ano que passou. Choramos, sorrimos, mas no fundo foi um ano joia (agora sem acento). E eu, como sou uma otimista incorrigível, tenho fé que 2011 vai ser muito mais legal. E só a gente acreditar e fazer a nossa parte. A minha eu garanto.


Janeiro / 2010

5 comentários:

  1. Adorei esse texto em especial. Não pq refere-se a mim em determinado momento. Trabalho esse que modesta parte está deixandp ela com um sorriso muito mais amplo e lindo, rsrsrsrs. Mas pelo carinho que foi escrito não só a meu respeito, mas de todos que te amam e participam da sua vida.
    Quero aqui dizer publicamente, que essa pessoa é muito importante na minha vida, sei que passaremos muitas outras coisas preciosas juntas. Estarei lá na primeira fila da defesa da dissertação dela, assim como ela esteve na primeira fila de vários momentos da minha vida.
    Te amo
    bjs

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  2. Obrigada amiga, depois de uma declaração tão linda, aproveitando esse momento mágico: vamos tirar o aparelho qdo? Bjs e te amo tb.

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  3. Roberta, incrivel! Fiquei muito emocionada com o conteudo e impressionada com o texto! Não pare! Continue sempre! Vc escreve muito bem!
    Beijo,
    Babi

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  4. Obrigada Babi, vindo de uma escritora fico até emocionada. Estou resgantando meus anos de redatora, antes de virar atendimento. Quem sabe um dia eu não faço a minha Lucíola. Aliás, me dê o endereço do site da editora e me explica como compro para ter o livro autografado. Bjs

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  5. Para a capa dos cadernos: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1422487-7823-SAIBA+COMO+ENCAPAR+CADERNOS,00.html

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