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sábado, 19 de fevereiro de 2011

A Hermenêutica, a Dentadura e o Carnaval


Para quem não sabe voltei a estudar. Acho que quem fica muitos anos longe dos estudos devia voltar igual a criança pequena, com direito a período de adaptação. Mas não. Lá fui eu sem merendeira nova, nem mãe me levando pela mão. Conheci os novos amiguinhos, tios e tias. Tudo ia as mil maravilhas, até que as aulas começaram... Sem dó nem piedade. A primeira durou 5 horas, com conteúdo denso e desconhecido, sem intervalos, nem direito a recreio.
E com elas surgem os primeiros textos para ler e automaticamente me sinto tão inteligente quanto uma anta. Por onde andou meu cérebro nos últimos 15 anos? Vocês que são meus amigos por favor poderiam me ajudar a entender a crítica metodológica nas ciências humanas a partir do modelo moderno do empirismo e do subjetivismo? Ou por que a vida humana é concebida pelo paradigma hermenêutico como um horizonte de possibilidades não decididas? Isso sem falar na epistemologia, no discurso ontológico, no pensamento pós-moderno crítico. Para que facilitar, se o português permite falar difícil? Minha primeira reação foi recorrer ao Google, o pai dos burros pós-modernos. Quando descubro que tudo não passa de filosofia. Filosofia. Logo eu que só tenho, mal e porcamente, a de botequim... E Sócrates para mim sempre foi aquele jogador de cabelos cacheados,  irmão do Raí.
E para não dizer que não falei de números, vocês não imaginam a emoção do meu reencontro com  fórmulas matemáticas, agora especialmente aplicadas a Estatística. Um colírio para os olhos, música para os ouvidos e tonteira para os neurônios.
Mas agora que o curso de nivelamento do mestrado acabou, cruzando todas as informações que aprendi de estatística, filosofia, pesquisa qualitativa e quantitativa, posso afirmar, ou usando a forma mais correta, inferir, com probabilidade de 100% de certeza: “só sei, que nada sei”. Mas vamos em frente pois conhecimento nunca é demais e, como dizem por aí,  não ocupa espaço.
Mas estou com uma dúvida na cabeça: será que foi esse choque inicial com os estudos que  fez meu sorriso ficar meia boca? Acho que não, não desisto assim tão fácil. Sou libriana.
Mas realmente estou com um sorriso meia boca, no sentido literal do termo. Meia boca com aparelho e meia sem. Sim, já tirei metade debaixo e confesso que depois de mais de 600 dias com os dentes escondidos por ferros e braquetes não os reconheço mais como meus. Eles são perfeitos demais. Uma sensação boa, mas muito estranha. Os antigos, estes sim eram meus, meio desalinhados, como meus pensamentos, mas garanto que 100% meus. E eles ainda parecem maiores do que antes. Enfim, parece que botaram uma dentadura, que nunca me imaginei usando, na minha boca. Mas dizem que a sensação maior de diferença está por vir, quando tirar a parte de cima. E que toda mudança para melhor a gente se acostuma rápido, né?. Em breve eu ainda vou rir muito disso. E sem botar a mão na boca para cobrir. Mas uma coisa eu prometo: não gastar meu sorriso novo com quem não merece. Guardarei para você, meu amigo(a), que além de me dar amizade,  ainda perde seu tempo me lendo.
E o Carnaval, hein? Chegando mais uma vez...  Garanto a vocês que não vou me precipitar e me fantasiar de estudante, metendo a cara nos livros. Quero descansar enquanto posso. Pegar o último ar que me resta. Isso fica para quando a ano começar, em meados de março. E nessa época pré-carnavalesca já começam a surgir os convites dos amigos para ir aos blocos. Confesso que adoro samba, se puder vou o ano inteiro, com carinho especial pelos sambinhas de domingo à tarde. E assim como Jorge Bem Jor, além de Flamengo, sou Salgueiro desde criancinha (só fico devendo a Teresa). Mas bloco para mim não dá. Aquela muvucada, sol de 50 graus na cabeça, foliões fazendo xixi por todo lado, geral bêbado e numa alegria que me soa meio falsa, com hora marcada para começar e acabar. Será que é por que eu não bebo, estou ficando velha ou as duas opções anteriores? Mas se você souber de algum bloco com ar condicionado, na sombra, sem empurra-empurra e com ambulantes vendendo chá verde estupidamente gelado, aí sim por favor me fale. Garanto que vou amarradona a procura do Pierrot apaixonado.
Agora voltando ao título do post. O porque da dentadura e do carnaval eu já expliquei. Mas se você está curioso para saber o que é hermenêutica, eu te conto: é a arte de interpretar textos. E se você cogitar interpretar os meus, eu te ajudo e simplifico. Não me levem muito a sério. Só escrevo por pura diversão e brincadeira. Desde a escola era assim, com o caderno de criação. Diversão primeiro para mim. E fico feliz se divertir você também.

7 comentários:

  1. Oi Roberta, não nos conhecemos, sou Fred amigo da sua irmã... Conhecendo a Dani, posso imaginar que você não seja tão diferente dela. tenho lido seus post, na verdade li apenas 2, o da Lulu e esse que comento agora (gostei de ambos).
    Lulu realmente é muito especial! Outro dia fui na casa do seu pai com o Chahim para pegar o carro dele emprestado e a Lulu estava por lá.. ela queria que eu fosse com ela ver as bonecas e eu acho demais o vocabulário dela, a forma como ela tenta te convencer de algo.. não parece uma menina do tamanho dela.. Muito legal..
    Continuarei lendo os posts, caso me permita.. e realmente você tem razão, é muito mais barato que terapia e melhor também.
    Bj

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  2. Ai, amiga, eu sei bem o que é o primeiro dia de aula no Mestrado... Vc sai da sala de aula, dizendo para si mesma "Chega! Não quero mais brincar disso não.". Mas eu vou te dizer que o pior de tudo não são nem os professores falando da tal da hermenêutica, mas sim os "amiguinhos" que adoram dar uma de Aristóteles e querem aparecer mais do que os mestres. Ai, esses são de dar dó... vulgo de dar náuseas! rsrsrsrsrs...
    Bjs, amiga!
    Mari

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  3. Ró adorei e como sempre fiquei rindo sozinha. Gostei tb do recadinho subliminar para a ortodontista,rsrsrs. Vc é d+. Tenho muito orgulho em ter vc como amiga.

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  4. Fred, vc acaba de ganhar passaporte vip pro blog. Qq dia desses é vc que vai fazer um contando as estórias da princesa que vcs estão esperando. Bjs e volte sempre.

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  5. Rê, pq falei de carnaval vc já veio fantasiada de Rodrigo. Tb tenho orgulho da nossa amizade. Bj gde.

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  6. Mari, saudades de vc amiga. Vê se aparece no msn. Bjs nos três.

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  7. Amiga, me surpreendo a cada post seu que leio.
    Você tem mesmo que escrever um livro e eu com certeza vou estar na fila orgulhosa para pegar aquele autográfo. Bjs São ótimos os seus post

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